Buenas! Chê, amanhã é o dia dos pais e acho bom tu caprichar no presente. Quando eu era criança, dei um cinto de camelô pro meu pai, que ele só usava quando eu fazia arte! Nunca me arrependi tanto de um presente!
Mas meu pai não se importava muito com a qualidade do presente. Ele adorava um brinde. Pobre é assim. Adora tudo que é de graça. Pode ser qualquer porcaria: uma camiseta de propaganda, um bonezinho do posto! No super, ele entrava 5 vezes na fila de degustação de vinho! Saía de lá borracho!
Outra memória que tenho foi do dia em que eu resolvi que iria morar sozinho. Chamei meu pai e falei: “Pai, decidi que vou morar sozinho”. Ele disse: Bah, tchê! Que bom! Tu já tem 22 anos, tava na hora mesmo!” Eu respondi: “Então tá bom, deixei tua mala ali embaixo, tu e a mãe podem se mudar hoje mesmo!” Que barbaridade!
E sempre que estava no sofá, assistindo TV, ele dormia. Podia estar roncando alto, mas se alguém encostasse no controle remoto pra trocar de canal ele acordava, e insistia que tava assistindo! “Não pode trocar, eu to olhando esse filme”. “Mas Pai, tá passando o Faustão!”.
Mas meu pai sempre me deu bons conselhos, como no dia em que ele me disse: “Guri de Uruguaiana, quando tu fores te casar, te casa com uma mulher bem pequena. Dos males, o menor.” O pai do Licurgo também costumava aconselhar o bagual. Acho que um dos conselhos que ele dava era: “Se tu não puderes ajudar, atrapalha! O importante é participar”. Só pode!
Sabe, chê, o meu pai não era muito de demonstrar o carinho, mas às vezes ele até demonstrava. Uma vez, eu disse pra ele: “Pai, eu já vou dormir. Te amo!” E ele respondeu: “Eu também”. Bah, aquilo me emocionou tanto que eu tive que perguntar: “Também me ama?” E o véio respondeu: “Não! Também vou dormir!” Chê, um feliz dia dos pais pra ti e para a tua família
